2.6 Filhos de Iemanjá


Iemanjá é uma das linhas de cabeça da Umbanda. A linha de força representada por esse orixá é uma das grandes linhas transformadoras da Umbanda.

Orixá dos mares Iemanjá tem a força das grandes ondas. Iemanjá tem o poder de limpeza dos grandes oceanos. É o orixá do movimento, da essência.

Fortaleza de seus filhos, dos quais é protetora Iemanjá tem o poder de conseguir levar à calunga grande as mazelas da vida. *

Porque a vida e os acontecimentos tem que fluir para uma energia única. A energia do bem. De nada adiantam apenas as transformações quando precisam serem as energias encaminhadas.

E as Ondina, comandadas por Iemanjá levam ao grande mar as dores, os maus feitos. Convencem também espíritos de não luz a continuar a sua jornada, levando-os ao encontro do certo, da luz.

Removem-nos e com a força das ondas fazem o trabalho de limpeza do terreiro e dos males do mundo. Iemanjá também é a grande mãe, aquela que acolhe seus filhos das longas jornadas e leva a eles a força da continuidade para a próxima batalha, para o próximo raiar do dia.

E não duvida do motivo que leva seus filhos a sua procura, acolhendo-os com carinho. Não admite a traição, a falsidade. Todos os pedidos a ela dirigidos devem ser efetuados com Fé e esperança, porque ela removerá mares e lares para atendê-los.

Mas da mesma forma que trabalha, se volta contra aqueles que tentam enganar aos que protege, atrapalhando seus caminhos. Também é impiedosa com aqueles que a desrespeitam e como o mar, exige sempre respeito.

É para Iemanjá que os filhos desesperançados devem se voltar. É ela que dará a força para a continuidade, dará aos filhos a força da correnteza. E de tão incansável inspira e traz luz àqueles que da vida já desistiram.

A sua força incansável, de eterna renovação move energias que levam àqueles que precisam o animo para o recomeço, a luz da inspiração, o sopro de renovação.

Iemanjá é, pois o orixá que auxilia aos que precisam de força para poder renovar a Fé diária no destino, aqueles que precisam novamente acreditar na luta que faz todas as almas continuarem.

Seus filhos têm essa grande qualidade, são inspiradores e cuidam daqueles que estão ao seu lado. Tem a força para continuar suas batalhas, mesmo nas mais terríveis tempestades. E não desistem, porque em seu interior sabem que o bem, a força é o local para onde todas as almas se direcionam.

São fieis aqueles que amam, mas vingativos e violentos em sua defesa. Quando harmonizados cuidam com parcimônia e conseguem compreender quando são os seus e não os outros aqueles que erram.

E, mesmo que a muito custo, entendem as traições e erros, como defeitos de almas em aprendizado. Mas sempre tem que serem zelosos no cuidado com suas paixões e seus ódios, porque como grandes inundações , quando em desarmonia , destroem.

É a Iemanjá, portanto que os filhos devem recorrer quando precisam vencer seus maiores medos, suas grandes desilusões, suas dores é quando falta a luz e a esperança do recomeçar que a força de Iemanjá se faz mais necessária.

Também é a ela que os filhos devem recorrer quando precisam da proteção materna, quando querem uma golfada de amor e esperança. Do amor materno e forte que faz a todas as almas encarnadas se sentirem pequeninos novamente.

Porque em sua força terão os filhos a tranqüilidade e a esperança do recomeço, a força para continuar, a inspiração para viver.




Oração a Iemanjá:

“Iemanjá me proteja, porque pensei em desistir.
E não uma, mas muitas vezes,
Pensei em desistir porque não suportava mais aqueles que queriam me destruir
Também não suportava mais os problemas, os dilemas, as angustias.

Cansei de fazer os mesmo planos e obter as mesmas respostas.
Preciso ter força para poder retornar diariamente as minhas batalhas e no final do dia, acreditar ainda, que tudo isso valerá a pena.

Proteja-me Iemanjá para que eu possa, novamente, acreditar.
Proteja-me Iemanjá para que eu possa, novamente, aceitar.
Proteja-me Iemanjá para que eu possa, novamente, viver”


* - Livro: Umbanda para a Vida: Primeira Leitura dos Fundamentos Umbandistas, página 93, O Equilíbrio e as Sete Linhas.