2.5 Quando é Preciso Pedir


Oferecer é mais fácil que pedir e aprender a dor de uma lição mais simples do que receber.*

Quando nada realmente falta , quando de uma profusão de idéias, sentimentos, valores, se faz rico o filho, pode ele doar e fica feliz quando assim o faz.

Mas a vida encarnada não é apenas uma abundancia de riquezas e sim formada também por momentos de penúria econômica, sentimental, espiritual. E então , quando nenhum dos caminhos parece suficientemente seguro, quando o medo se faz presente, quando a dor se faz presente, quando a falta se faz presente é quando deve o filho aprender a pedir e a receber.

Difícil para os altivos, para aqueles que acostumados estão a dar o tempo todo sem precisar pedir para si, mas tão somente para os outros. Estes filhos devem aprender a receber. Porque nesse momento estarão dando um grande passo a sua própria evolução. Estarão entendendo que não apenas de abundancia se faz a vida e que todos, independentemente de grau econômico, social ou espiritual, dependem uns dos outros para juntos, realizarem o grande bem.

Então sim filhos, aprendam a difícil lição de pedir. Aprendam a difícil lição de receber e depender deste recebimento para poder continuar sua caminhada.

Pedir é sempre possível. As entidades trabalham e se desenvolvem elas mesmas na tentativa de sempre ajudar. Precisam as entidades portanto, para poderem realizar sua missão, dos pedidos. E por isso agradecem quando podem, por merecimento, ajudar os filhos.

E estes serão, sempre que o merecimento e as leis do karma permitirem, atendidos. Porque pediram, porque se precisam daquela ajuda para poderem continuar importante aos seus caminhos ela se faz.

Então filhos, peçam. Peçam com coração, peçam com toda a força, conversem com as entidades, expliquem os motivos e esperem a resposta. Se as entidades puderem transformar a dor em alento, o alento em esperança e a esperança em alegria, por certo não irão negar o que lhes foi pedido.

É importante aprender a pedir. Precisar exatamente a necessidade também é uma arte. Ter a pergunta ao problema certo é poder entender que existe alguma resposta. E que esta resposta será encontrada, em um momento ou outro.
E também entender que as entidades estão esperando auxiliar os espíritos que lhes pedem ajuda. Porque a ajuda é o modo delas próprias obterem evolução.

Então filhos, peçam. Mas tenham a certeza de que o que pedem não irá prejudicar a outras almas, que também procuram se encontrar em meio às dificuldades. Porque qualquer pedido para prejudicar qualquer alma que seja, por mais merecedora da dificuldade, não será atendido. As entidades umbandistas não se prestam a fazer mandingas para prejudicar quem quer que seja.

Porque um dos fundamentos da Umbanda é exatamente que cada alma tem seu livre arbítrio** e que o perdão ou a paga somente é dado a Oxalá***. Não cabe aos filhos ou as entidades imporem qualquer uma dessas realidades, seja a paga, seja o perdão.

Portanto filhos tenham toda a consciência quando pedem, porque aquele que deseja dor a outros não estará impune também, por mais merecedora que entenda o filho que a outra alma é dessa dor. Nenhuma entidade dentro da umbanda se presta a impingir dor , sofrimento ou obediência a qualquer alma que seja.

Assim, aquele que pedir que isto seja realizado, alem de não obter auxilio através das entidades da umbanda, ainda estará se responsabilizando pelo ato de tentar trazer ao terceiro a dor e por isso, pagará.

Abre-se aqui um parêntese. É importante que se tenha consciência do pedido, para que ele não traga ao filho à paga. É fundamental que se entenda que sim, existem locais onde a dita magia negra é praticada. E que entidades a troca de pagas se prestam a realizar o mau. Mas estas não são as entidades que trabalham na umbanda.

Em nenhum terreiro umbandista o filho encontrará respostas ao pedido de prejudicar quem quer que seja. E preste atenção, porque todo o pedido aceito em casas não umbandistas à entidades que se prestam a essa paga, terá retorno e um grande retorno.

Ninguém deseja ou realiza a dor, sem que a sua dor não seja a paga. Não há como passar por cima da regra. Quem pede pelo desespero de outro, está trazendo a sua vida esse mesmo desespero. Porque se envolve com uma energia que vibra em baixa intensidade e que ira em algum momento querer o retorno do trabalho feito.****

As entidades que se prestam a esses serviços não são entidades umbandistas, mas sim mercenárias, que por paga servirão a quem as ordenar. E aquele que fica devedor de uma entidade dessa abre a porta para todo e qualquer tipo de ordem e desordem por ela prolatada.

Neste momento as entidades boas, que jamais se prestariam a esse tipo de papel abandonam o filho a sua própria sorte, porque foi ele quem abriu as portas da sua vida a essa energia de desestrutura. E o preço nunca é pequeno.

Aquele que impinge dor a outro, através de trabalhos espirituais, simplesmente se despe de toda e qualquer proteção que poderia ter.

É largado à própria sorte. E, mesmo conseguindo o que foi desejado, esse pedido custará muito mais caro do que se ele não tivesse sido realizado. O preço é muitas vezes maior do que o mau feito.

Porque aquele que deseja recebe a consciência do que procura e também é sabedor que estará abrindo sua vida a energias que não terão dó em torná-lo a próxima vitima. Também pagará e caro. Uma alma pode escolher a ação, mas nunca as conseqüências. *

Portanto filhos, pensem. Quando pedirem para seu próprio bem, para sua própria iluminação, sem que isso importe em momento algum na dor do outro, então, dentro da lei do karma e do merecimento, serão atendidos.

Mas não se prestem filhos a realizar mandingas para impingir dor aos outros. Porque entidades que se dispõem a realizar este trabalho são espíritos não iluminados que, de forma mercenária, utilizam sua influencia para destruir em qualquer momento a vida daqueles a quem prestaram serviços.

E se não forem essas, outras entidades, ou a própria lei do karma se encarregará de fazer que a paga seja enorme e então, não haverá mais hora para arrependimento, por que aquele que pede, recebe. E por isso, paga.





“Peço: Principalmente a sabedoria do pedido”







* - Livro: Umbanda para a Vida: Primeira Leitura dos Fundamentos Umbandistas, página 34,3º parágrafo. “Mas o sofrimento não é escolha é consequência. Ações são escolhidas, conseqüências não”
** Livro: Umbanda para a Vida: Primeira Leitura dos Fundamentos Umbandistas, página 33, O Livre Arbítrio.
*** Livro: Umbanda para a Vida: Primeira Leitura dos Fundamentos Umbandistas, página 17,A Força do Perdão e a Força de sua Inexistência.
**** Livro: Umbanda para a Vida: Primeira Leitura dos Fundamentos Umbandistas, página 125,Leitura Final.