Não cabe ao filho decidir qual o tempo da sua encarnação ou daqueles que a sua volta estão. A liberdade para que se possa deixar fluir o desencarne é tão ou mais importante que à liberdade para que haja a encarnação enquanto o corpo tiver vida.
De nada adianta baixarem caixões se não houver por parte daqueles que os baixam a inteira compreensão de que aquela alma precisa ir e cumprido esta, para o bem ou para o mal, seu papel na terra.
Não cabe ao filho encarnado o poder de pedir e desejar que haja um volta, e que se mantenham aqueles que desencarnaram próximos, porque é o egoísmo não o amor que faz com que esse sentimento se apresente. Portanto ele deve ser evitado a todo custo porque o karma também se apresenta no ato de se prender por amor ou por dor, aqueles que devem ir.
O egoísmo é a principal arma daqueles que não crêem. É a principal arma de defesa utilizada contra aqueles a quem dizem amar, porque não os deixam ir e assim os fazem sofrer. O desencarne não é um sofrimento ao que vai, mas sim ao que fica. E o egoísmo faz com que muitas vezes o pedido de proteção e as lagrimas se transformem em vingança contra aquele que foi e deixou para traz a dor daqueles que o amaram em vida.
É difícil esse entendimento, mas fundamental para que não sejam prolongados sofrimentos desnecessários. É preciso dar liberdade para aqueles que já tiveram sua missão encerrada nesta encarnação. Não tem eles culpa por deixarem muitos dos que amam, e na grande maioria das vezes se, por desejo próprio pudessem escolher, escolheriam se manter junto aos seus.
Então não devem ser castigados pelo egoísmo dos que acreditam que não foram corretos os desígnios de Oxalá e pretendem a todo custo manter arraigados, seja através de lagrimas ou por desespero os que se foram. Isso não é amor e sim grande e obvio egoísmo.
Os que realmente amam libertam porque querem o melhor aos que partiram, e agradecem que foram eles, e não a alma que desencarnou quem esta passando pela dor da perda. Agradecem a Oxalá porque então aqueles que realmente amavam não sofreram.
A saudade não deve ser sofrimento e sim gratidão ao fato de poderem ter encarnado e desencarnado repartido um mesmo sopro de vida. As lembranças não podem ser fardos, mas sim a certeza de que haverá um novo reencontro mais breve do que o mais breve dos momentos.
A dor somente se faz presente quando não há esse entendimento. A dor não pode prevalecer porque penaliza muito mais aos que foram do que aos que ficam. Assim sempre filho que o desespero dói mais naquele que nada pode fazer do que naquele que tem o poder de cessá-lo.
De nada adiantam lagrimas se não forem elas seguidas da profunda certeza de que são de alegria. Qualquer outra lagrima será de egoísmo e não deverá cair. Por que fará sofrer e não renascer.
Egoístas aqueles que sofrem e não permitem que a evolução se realize e a liberdade se apresente, cessando, assim a dor.
“Libertar não é esquecer.
Esquecer não é não amar,
Amar é crer que a liberdade
É esquecer.”
“Libertar não é esquecer.
Esquecer não é não amar,
Amar é crer que a liberdade
É esquecer.”