1.8 Formas de Comunicação: A Intuição

Alguns conceitos básicos ainda de grande necessidade de explanação para que a Umbanda possa se realizar nos terreiro cada vez mais de forma fluída e constante. Portanto importante restarem esclarecidos alguns pontos fundamentais ao desenvolvimento do filho Umbandista.

Muitas são as perguntas no que se refere à forma de comunicação dos espíritos e entidades no dia a dia dos encarnados.

Porque como é sabido por todos os filhos eles têm grandes influencia em momentos decisivos e se fazem presentes sempre que necessário.

Os cavalos da Umbanda vêem mais claramente essa comunicação quando existe a incorporação, mas ela também se faz na inexistência desta. Esse conceito é obvio, posto que se assim não, fosse somente os médiuns que incorporam fariam a comunicação, o que por obvio não ocorre.

Portanto existem várias outras formas de comunicação que não a incorporação, sendo uma das principais a intuição.

A intuição é a capacidade de conhecimento pela alma encarnada de fatos não conscientemente perceptíveis. Ela se faz presente na energia mediúnica e tem como principal característica não ser observada pelos seis sentidos físicos.

A alma, está em constante sintonia com as leis espirituais, pois enquanto o físico faz a ponte com o terreno, à alma o faz com o espiritual. E é exatamente nesta ligação que as entidades atuam quando precisam orientar os filhos.
Este é um canal eficaz e de ampla utilização por muitos, mas ainda há aqueles que receiam abrir a comunicação, com medo de, em não podendo comprovar esse “sentimento” transformá-lo em maior duvida do que certeza.
Nada mais errado do que isto. O canal da intuição é fundamental a todos, posto que como dito a vida é formada não apenas pelo material, mas também pelo imaterial.
E almas precisam se comunicar. Mas de nada adianta rejeitar o filho a intuição. A rejeição não a evita mas apenas faz com que ela se estreite.
Escutar a intuição e entende-la, seguindo seus conselhos é apenas questão de treinamento. Todos os filhos possuem essa capacidade porque, enquanto encarnados são formados não apenas pelo físico, mas também pela alma.
Quando desencarnados não terão intuições porque então a comunicação será clara, sem a interferência do físico. Portanto a intuição enquanto conceito aqui estipulado é dada aqueles que encarnados estão.
O treino em sua utilização leva ao filho encontrar uma forma extremamente eficiente de comunicação. E essa comunicação não se da apenas com terceiros espíritos, mas com o seu próprio. Efetivamente, escolhas anteriores esquecidas quando existe a encarnação são acessadas também através da intuição.
Quantas vezes filhos ao se depararem com determinada pessoa simplesmente desgostam dela como se houvesse um grande aviso que dissesse: perigo! Ou ainda, em caminho inverso o que ocorre quando os filhos confiam em determinado alguém sem terem elementos ditos como “palpáveis” para poderem explicar essa abrupta simpatia e confiança.
A resposta é simples. Normalmente são almas que já foram conhecidas em outras encarnações e agora estão sendo reconhecidas. Mas o acesso a informação do conhecimento está escondido sobre o manto do esquecimento, o que leva que fique a sensação, mas se desfaça o motivo.
O mesmo ocorre quando há uma comunicação com almas encarnadas e espíritos desencarnados.
Importante observar que a comunicação ocorre, independentemente de serem as almas boas ou espíritos com falta de luz.
Perguntam os filhos como realizar a diferenciação entre uma voz ou outra. A resposta é simples. Quando as intuições são acompanhadas de sentimentos ruins como de agonia, terror, dúvida, tristeza, raiva ou ódio são elas provenientes, quase na grande maioria das vezes de espíritos de não luz que se fazem presente com objetivos dos mais diversos.
As intuições de espíritos de luz são tranqüilas mesmo que se façam na mais difícil das ocasiões. Essas intuições trazem paz, calma, e a sensação de caminho correto. São claramente indicativas de que a atitude a ser tomada é a certeira.
Essa é a forma mais eficiente de diferenciar intuições derivadas dos diversos tipos de almas: através do sentimento que as acompanham.
Pode parecer complicado aos filhos essa diferenciação, já que muitos nem ao menos reconhecem e escutam sua intuição, quanto mais classificá-la.
Esse é um dos treinamentos que todos devem realizar. Em primeiro momento, serene a mente. A serenidade da mente permite que o físico se acalme e se aquiete, para que então a sensação do imaterial se apresente.
Neste primeiro estagio é interessante que os filhos realizem o pedido ou façam a pergunta a respeito daquilo que pretendem obter através da intuição. Na seqüência, quando o acesso a ela se der de forma automática a pergunta não será necessária, porque a comunicação se fará de forma fluída.
Mas em inicial momento a pergunta é importante. Então observe e escute mentalmente a resposta. Converse com essa sensação, mas não a barre. Agora, ciente da resposta, busque a sensação que essa resposta lhe passa. Se houver tranqüilidade nela, independente dos desejos e aspirações, então a intuição será repassada por alma que pretende auxiliar, ou então, é o acesso a própria informação do espírito do filho.
Caso houver inquietação com a resposta então procure serenar a mente novamente, acenda velas, traga à casa a necessária calma, e, se ainda assim não conseguir, então procure auxilio no Terreiro pedindo para haver novamente o equilíbrio necessário.
Acessar a intuição é mais que necessário para o dia a dia dos filhos: é fundamental. Não é possível, pois simplesmente ignorar esse importante canal de comunicação que com o treino e o reconhecimento se fará cada vez mais simples e tranqüila.






“Não há como dizer não aquilo que se sabe,
mas também não há como se dizer não aquilo que se conhece.
Ente cruz e caldeirinha procuro o ponto de equilíbrio.
Mas às vezes sou mais cruz.”