4.2 Como Poderiam os Filhos Saber?


Em vários momentos os filhos errarão porque a eles não será dada a consciência do erro. E o erro levará a conseqüências necessárias do aprendizado, que inexistiriam se o erro não se fizesse presente.

Explica-se: se houvesse o pré-conhecimento das conseqüências o erro não ocorreria e então tais conseqüências acabariam por serem somente meras conjecturas. Mas na maioria das vezes é necessário o tombo para haver a continuação. Se torna então fundamental o erro para a evolução. E claro, que o erro traz dor e a dor faz com que a alma saia do estado de imobilidade, evolua e continue aprendendo.

Mas muitas vezes a alma não perdoa seu erro e não consegue entender que ele era necessário a evolução. Então, como já visto, se cobra inúmeras vezes sem conseguir continuar com o peso nos ombros de ter realizado o ato errado. O remorso impede com que os filhos enxerguem qual a verdadeira intenção do erro e o que a dor dele derivada veio a ensinar.

Se fosse possível retornar ao passado e não cometer o erro o remorso então seria útil a alguma coisa. Mas como isso não ocorre nas esferas terrenas somente cabe a alma que errou tentar entender o que a dor que deriva do erro pretende ensinar.

Porque esse ensinamento teve um preço e não deve ser desperdiçado, porque como já visto, a cada erro repetido maior será a paga. A pena de si mesmo e o remorso podem levar que a dor não seja suficientemente clara naquele momento, precisando, pois se repetir novamente.

Assim filhos chega de remorso, e pena de si mesmos. É importante que leiam agora o Livro 1* onde se explica o perdão para que perdoem a si próprios.

Entendido isso, o importante dessas novas linhas é entender que por maior que seja a fé, por melhor que seja a compreensão e a intenção, por mais cantantes que sejam as orações, ainda assim, os filhos irão errar.

Os erros trazem a evolução e lições preciosas que não podem ser desperdiçadas. O erro é necessário a evolução e por mais que tente ser evitado sempre se fará presente. Erra mais o filho que remoe tanto sua falha que não consegue seguir em frente e obsta o resto da sua evolução porque de uma queda não se levanta e isso é difícil de compreender.

Os filhos se perguntam por que as entidades não os afastaram dos buracos que estavam à sua frente e não foram vistos. Repete-se aqui o que se tem repetidamente dito: as entidades, sejam as que trabalham na Umbanda ou em outras religiões, não tem o poder de se opor ao livre arbítrio, porque ele é antes de tudo, fundamento da evolução.

Podem sim desviar os erros que não são necessários a alma e também tentar auxiliar na compreensão da dor e no que ela procura ensinar ao filho. Mas os erros são necessários a evolução e as entidades não têm o poder de desviá-los quando se fizerem necessários.

Portanto ao errar, entenda filho, os motivos, as conseqüências, reconheça a falha, mas siga em frente, mesmo que isso seja o mais difícil.

E também enxergue o que a vida esta tentando ensinar. Porque os erros irão se repetir a cada vez que não houver o aprendizado, e a cada vez, o sofrimento será maior, para que enfim possa existir a compreensão.





“Eu não tive uma segunda chance, porque me matei na primeira”

* - Livro: Umbanda para a Vida: Primeira Leitura dos Fundamentos Umbandistas, página 17, A Força do Perdão e a Força de sua Inexistência.