3.5 Desobsessão pela Força Bruta


A desobsessão, portanto ocorre pelo convencimento com palavras ou então utilizando o que aqui é denominado de força bruta. E ela não deve ser temida, muito menos a Umbanda desrespeitada por sua utilização.

Existe sim muito preconceito ignorante que entende que os trabalhos de desobsessão da Umbanda são desnecessários e que basta a simples palavra para convencimento de todas as almas. A tal ignorância só resta uma atitude: levar aqueles que realmente acreditam em tal fato a levar o convencimento por simples palavras a assassinos, estelionatários, estupradores. Se então conseguirem o real convencimento e o encaminho a luz de todas as almas que tenham praticado tais delitos de forma que possam ser abertas as portas dos presídios então devem tais filhos pregar o convencimento pela palavra como o único necessário, porque então terão conseguido um grau de evolução em que todas as almas podem apenas pelo conhecimento dos seus erros optarem pela evolução e pelo caminho de luz.

Enquanto não se apresentar nessa dimensão tal evolução, não apenas necessários como obrigatórios a uma efetiva proteção espiritual, os trabalhos de desobsessão, sob pena de restar desacreditada toda uma religião, que inobstante mostrar aos seus filhos a existência de almas não evoluídas simplesmente não traz a eles a proteção necessária, deixando-os entregues a própria sorte, como se somente a atitude individual ou o padrão vibracional fosse suficiente a proteção contra tais seres sem luz.

Dito isso é necessário que os filhos entendam que a Umbanda é uma religião que possui sim seus executores, entidades que, em igual grau de evolução a outras, se dispõem a trabalhar em zonas de energias mais densas, aplicando a força bruta do convencimento a elas.

As entidades participantes da quimbanda são como já visto no primeiro livro* uma das principais executoras da Umbanda, realizando a proteção e o convencimento por força bruta, destinando-se a proteger com toda sua grandeza aqueles que desta proteção precisam.

E repita-se aqui, isso não as torna menos ou mais evoluídas do que todas as outras entidades que trabalham na Umbanda, sejam Caboclos, Pretos, Ondinas, entre outras. Apenas faz com que o trabalho dentro da religião seja diferente. É ignorância se temer ou respeitar as entidades quimbandeiras mais ou menos do que quaisquer outras participantes da Umbanda. Delegados ou médicos, são todos necessários a estrutura social e tem a nobreza de sua função em diferentes momentos.

Os filhos agora devem reler o Livro 1** no que se refere a Quimbanda para bem claros terem esses conceitos em suas mentes.

Partindo-se de tais princípios, tem-se sim que os trabalhos de desobsessão são realizados dentro da Umbanda quando necessários se tornam e utilizando-se toda a força material disponível para tanto. Acendam-se pois velas, misturem-se farofas, queimem-se charutos e utilizem-se todos os elementos materiais necessários, apenas excluindo-se o sangue e aqueles que trazem a qualquer outro ser encarnado ou desencarnado o sofrimento, bem como a necessidade de paga (a não utilização do sangue, sacrifício e da paga a espíritos desencarnados são fundamentos e serão abordados em momento próprio).

A Umbanda, através de seus executores afasta as almas obsessoras de suas vitimas, sempre que possível for, porque dentro da lei kármica a obsessão pode ser imposta e então caberá aos filhos, quando esta acontecer, apenas corrigirem os erros para conseguirem o mais rapidamente possível realizar o resgate para então continuarem sua evolução.

Quando a obsessão é kármica as entidades somente poderão fazer com que a vitima entenda que é preciso que ela mude padrões vibracionais, atitudes e cultive energia propicia para que o mais rápido possível possa se livrar do obsessor.

Por que o livre arbítrio aqui, como fundamento, também não pode ser desrespeitado e com ele também as conseqüências dos atos, que são inerentes a eles. Como já visto não pode o filho que se joga em uma poça de lama sair limpo dela, o livre arbítrio consiste em desviar ou não da poça (Importante a leitura sobre o Livre Arbítrio e suas conseqüências no Livro 1 para que tais conceitos se tornem claros***)

Assim, aquelas almas que não por karma, se tornam vitimas de obsessores, são acolhidas sempre nas casas Umbandistas para que possa se realizar o trabalho de desobsessão.

É importante também que reste claro que as entidades que trabalham na Umbanda têm o poder de proteção das vitimas, mas não podem impor as almas obsessoras que atuem de outro modo, pois então estariam atuando em seu livre arbítrio.

Como executores da lei separam das almas de luz tais seres trevosos, mas não tem o poder de obrigá-los a mudar de padrão vibracional ou de atitude. Então muitos seres trevosos são apenas obrigados a se separarem de suas vitimas, mas não necessariamente a mudarem de atitude com relação a outras desprotegidas, porque isso o sofrimento, dentro da lei kármica e no tempo certo se encarregara de fazer.

Também é importante que os filhos ao realizarem trabalhos de desobsessão tenham a certeza de que a corrente e os trabalhos na casa foram abertos e que podem contar com toda a força que se fizer necessária porque para o combate de trevosos se faz necessária mais do que boa vontade.

É preciso estarem presentes as entidades executoras, a proteção da casa, a força da corrente. Por isso não são recomendados trabalhos praticados por filhos sozinhos fora da proteção dos terreiros, mesmo que as entidades se façam presentes, porque necessitam elas de matéria física produzida pela corrente para que possam concretizar trabalhos onde a vibração é tão pesada que se torna necessária a força material produzida pela corrente.

O risco, portanto é muito maior quando se dispensa tal proteção, da mesma forma que um encarnado apenas com um facão, por mais forte que se apresente e por mais afiada que esteja sua faca não conseguira se defender contra criminosos em bando portando armas de fogo.

Assim filhos, todo cuidado é pouco quando trabalhos de desobsesão estão sendo realizados para que a proteção seja efetiva também aos cavalos que estão ali presentes.






“Achei que sendo bom de conversa podia convencer ate o Diabo.
Depois de três palavras tomei tento e sai na disparada.
O Diabo me mostrou o que já sabia: sou convencido, mas não desmiolado ”

* - Livro: Umbanda para a Vida: Primeira Leitura dos Fundamentos Umbandistas, página 106, A Quimbanda.
** - Livro: Umbanda para a Vida: Primeira Leitura dos Fundamentos Umbandistas, página 106, A Quimbanda
*** - Livro: Umbanda para a Vida: Primeira Leitura dos Fundamentos Umbandistas, página 33, O Livre Arbítrio.