5 - Leitura Final – O Destino e a Escolha das Rotas


Tem-se dito que há destino. Só que dificilmente se define o destino.

Aqui se toma o destino como a ordem antevista e pré-determinada que o espírito, enquanto ser desencarnado e consciente da realidade espiritual busca e traça. Uma rota de acontecimentos determinados, visando o aprendizado e conseqüente evolução na nova encarnação que se fará presente. É, pois, uma pré-determinação do próprio espírito.

Então, sim, destino, nos termos expostos é uma realidade que não pode ser negada.

Entretanto a existência do destino não significa em absoluto a inexistência do livre arbítrio que todos os espíritos, encarnados ou não, possuem.

Perguntam filhos, como conscientemente podem então realizar escolhas, se já estariam elas pré-determinadas?

O destino, como já explicitado, é uma rota traçada, mas ainda não percorrida. E como rota pode e é alterada a cada momento, a cada decisão.

Seguir a rota pré-determinada é uma escolha feita diariamente. Um exercício de aprendizado e sabedoria.

Mas, a todo o momento é dado ao filho à possibilidade de modificar o que pré-determinado estava.

Seguir o destino é, pois uma opção e nunca uma obrigação.

É claro que, ao se caminhar na mesma direção do que pré-determinado estava o caminho poderá se fazer, se não mais fácil, menos atribulado. Porque há um prévio conhecimento mesmo que inconsciente, da rota que esta sendo trilhada.

Normalmente, a rota pré-estipulada é aquela que aos filhos se fará mais proveitosa na encarnação pelo qual passam.

É simples o entendimento dos motivos: o espírito enquanto desencarnado possui uma visão mais ampla e completa da sua evolução e de suas necessidades kármicas.

Por enxergar sem a limitação do físico, conhece suas encarnações anteriores e perceber o erro não de uma, mas de centenas de vidas.

Toma portanto a escolha que mais correta parece estar para a realização do aprendizado e crescimento.

Mas, que não se alimente a esperança de que esta rota pré-traçada será mais fácil do que a escolhida conscientemente enquanto o espírito estiver encarnado.

Não. Alias, muitas das vezes é inclusive mais difícil do que a efetivamente escolhida. Mais difícil porque desencarnado o espírito não teme a dor e consegue compreender que a dor máxima não é o sofrimento humano, mas sim a inexistência do aprendizado, a encarnação em vão ou a pratica dos mesmos erros ou de ainda maiores.

Quantos filhos, conscientemente, escolheriam o sofrimento físico se pudessem fazer a opção pela beleza e juventude de um corpo? Quantos filhos, conscientemente, escolheriam viver junto à pobreza em tempos de guerra, em épocas de grandes desastres se pudessem realizar a opção pela paz, pela segurança, pela continuidade?

Provavelmente nenhum. Porque o espírito encarnado no físico quer a sua preservação a qualquer custo, em todo o momento.

Mas pensem filhos, distanciem-se desta encarnação na qual estão agora e de suas limitações físicas enquanto encarnados. Pensem quantas vezes as limitações físicas se transformam em ilimitadas possibilidades intelectuais.

Quantos desastres se fazem transformar em histórias de apego extremo a vida. Quantas guerras não fizeram surgir a compaixão, o arrependimento e a busca pela paz?

Na maioria das vezes se aprende mais na dificuldade do que na aparente facilidade. Porque o sofrimento traz junto a ele a necessidade de mordaça, transformação. Não que somente o sofrimento, leve ao aprendizado. Jamais seria justo ou correto se dessa forma se apresentassem as coisas.

Como já dissemos no livro anterior, quando o conhecimento e entendimento se faz presente , o sofrimento cessa.

Quando se faz presente a evolução na paz, se torna desnecessária a guerra.

Mas na grande maioria das vezes, o sofrimento traz a necessidade de mudanças e, o conseqüente e o inevitável aprendizado.

Assim, o espírito pode escolher o destino da queda para mais facilmente realizar o aprendizado.

Mas é claro que se os filhos noção tiverem desse fato poderão evitar a queda. Se aprenderem que antes de tudo, a encarnação, como a Umbanda, tem por objetivo a evolução da alma ao encontro da luz.





“O que me destina o destino
Se não forem as águas de Iemanjá?
O que me destina o destino
Se não for a tranqüilidade de Oxalá?
Não sei.
Talvez as lágrimas de Oxum.
De qualquer forma rezo a Iansã para que suas tempestades me ensinem, sem destelharem meu lar. “