1.2 O Tempo do Conhecimento

Como se explicar o que simplesmente se faz complicado de mais àqueles que total desconhecimento apresentam? A ninguém é dado pregar a não ser que inquirido a tanto. Porque ninguém pode entender se não estiver aberto ao conhecimento, não se deve levar conhecimento onde não há a necessidade dele, porque é plantar sem que haja rega, enquanto inúmeros terrenos férteis se encontram ávidos por serem adubados.
Cada espírito possui seu próprio tempo. Não adianta de qualquer forma simplesmente tentar passar por cima daquilo que as pessoas acreditam, do que os outros filhos que não os umbandistas, entendem. Ira se repetir aqui o que já anteriormente dito: toda e qualquer religião aproxime o espírito da evolução e que realize o bem deve ser aceita, indistintamente.
Errados estão os filhos, sejam umbandistas, católicos ou crentes que desacreditam ou menosprezam qualquer religião que esteja a favor de Oxalá.
Porque apesar de serem diversas as formas de manifestação, Oxalá é único. Portanto não se tenham preconceitos contra qualquer dessas crenças.
E também não tentem filhos arrebanhar almas como se isso fosse feito através da pregação àqueles que simplesmente não estão prontos seja por necessidade, consciência ou momento evolutivo a conhecer a verdade espiritual.
Não devem os que não tem interesse de aprender serem molestados com o conhecimento daqueles que enxergam outra realidade.
O filho pode e deve sempre deixar claro que possui sua crença e não negá-la nunca, mas não é preciso ficar repetindo-a aos quatro ventos porque não cabe a qualquer um convencer, mas tão somente ser convencido por si mesmo, na hora e momento correto.
Se questionado filho nunca negue uma explicação, o conhecimento a que tem acesso ou indique aquele que por ventura detenha esse conhecimento.
Mas, se não questionado, não se manifeste ou insista. As verdades não precisam de defensores porque elas serão explicitadas no tempo certo aos que estão dispostos a ouvir.
Pare agora filho e pense como esse livro, essas palavras estão chegando até seus olhos e ouvidos? Porque disposto está a ler, a escutar e elas certamente não seriam férteis se houvesse a negativa a leitura, ao conhecimento.
Dar o livro, não significa que quem o recebeu esteja pronto para ler. De nada adiantam lições em hebraico para contemporâneos às maquinas portáteis. Os conhecimentos são passados e adquiridos nas épocas certas, nos momentos corretos e a ninguém é dado pregar se não houver para isso o ciente e o aceite do outro interlocutor.
Então filho, não tente faze com que aqueles que não procuraram o conhecimento espiritual estejam dispostos a recebê-lo, pois estes somente são recebidos quando efetivamente procurados.
E isso não quer em absoluto dizer que aquele que não tenha esse saber seja mais ou menos evoluído do que o outro. Não é o conhecimento que leva a evolução, mas sim o que se faz dele. Caso contrário todos os gênios seriam considerados mais evoluídos do que aqueles que diariamente trabalham lavrando a terra, e todos os santos, discípulos de Ainstein. As atitudes indicam a evolução sejam elas, derivadas ou não de um conhecimento.
E nem todo conhecimento necessariamente é consciente. Infindáveis almas realizam diariamente o bem, lutando por sua evolução sem possuírem qualquer informação religiosa e sem perceber fazem de sua luta em favor do bem a própria igreja.
E isso não quer absolutamente dizer inexistência de evolução, mas tão somente que naquele momento o conhecimento espiritual não se faz necessário, pois a alma está buscando a luz por outras formas.
Importante que se deixe claro que isso não significa de modo algum que o filho não deve passar a informação e torná-la acessível quando questionado. Quem nega a informação e o conhecimento, nega pão aqueles que pedem. Mas somente aqueles que realmente pedem.
E então quando uma alma procura a sabedoria espiritual, que se movam terras e rios para que esse conhecimento possa ser transmitido e que essa alma possa sim e sempre beber da mesma seiva da qual essas palavras derivam: da evolução e transmissão do conhecimento à luz


“Palavras eu não sabia ler,
também não precisava delas.
Queria saber de meus feitiços por que eles não eram formados de palavras,
mas de ervas.”